Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 794-2 | ||||
Resumo:As colagenases são proteases hidrolíticas exógenas que têm a capacidade de catabolizar componentes da matriz extracelular (MEC) em situações que levam ao acúmulo na produção de colágeno e, assim, manter o equilíbrio no conteúdo do tecido conjuntivo dos indivíduos. Essa enzima age como suporte para terapias que se fundamentam no controle e redução da produção de colágeno, tais como: remoção de queloides, tratamento de queimaduras, desbridamento de feridas e tratamentos odontológicos. O gênero Aspergillus é reconhecido por sua capacidade de produzir enzimas com atividade colagenolítica e tem sido amplamente utilizado em diversos setores da indústria devido ao seu fácil manejo, crescimento eficiente e alta produtividade. A fermentação em estado sólido (FES) é uma técnica que apresenta vantagens de custo reduzido na instrumentação e equipamentos utilizados e na maior produtividade volumétrica dos produtos obtidos. Adicionalmente, o uso de substratos de baixo custo ou oriundos de resíduos agroindustrias, como o farelo de trigo, bagaço de cana, entre outros, na FES, contribui para a redução do impacto ambiental. Este estudo teve como objetivo avaliar a produção de colagenase por uma nova espécie de fungo do gênero Aspergillus isolado do bioma Caatinga, na região do sertão pernambucano. Os parâmentros utilizados na FES foram 10 gramas de farelo de trigo (substrato), 70% de umidade, pH 8,0, temperatura de 30°C e inóculo do fungo Aspergillus spp. de 107 esporos/g de substrato. Após sete dias de cultivo, o fermentado foi homogeneizado em tampão Tris-HCl pH 8,0, filtrado e centrifugado, para obtenção do extrato bruto (EB). Em seguida, o EB foi submetido à precipitação com solventes orgânicos a 70% (acetona e etanol). A atividade colagenolítica do EB e precipitados foi avaliada utilizando o azocoll como substrato. O EB apresentou atividade colagenolítica específica de 32,65 U/mg. Os precipitados com etanol e acetona apresentaram atividades de 141,16 U/mg e 788,5 U/mg, respectivamente. Nesse contexto, considerando-se a biodiversidade enorme de microrganismos isolados da Região Semiárida de Pernambuco, espera-se obter bioprodutos de alto valor agregado, com baixo custo de produção e que não afetam o meio ambiente, visando, dessa forma, o fortalecimento e independência do pólo farmacoquímico com a liberação de produtos atóxico e/ou menos tóxico e que possa substituir terapias convencionais.
Palavras-chave: Semiárido, Subprodutos, Fungo filamentoso, Enzimas, Biotecnologia Agência de fomento:FACEPE, CAPES e CNPq |